
Hollywood perdeu um de seus ícones mais amados.
Robert Redford — o galã que se tornou diretor vencedor do Oscar, ativista ambiental e a força por trás do Festival de Cinema de Sundance — faleceu aos 89 anos.
Sempre teve alguém que acreditou nele
Redford morreu pacificamente em seu sono na manhã de terça-feira em sua casa nas montanhas de Utah, perto de Provo, segundo o New York Post e sua assessora, Cindi Berger.
A causa da morte não foi divulgada.
Nascido em 18 de agosto de 1936, Robert Redford viveu uma vida que poucos poderiam igualar. Mas, por trás de seu sucesso como ator e diretor, enfrentou desgostos e perdas inimagináveis.
Quando criança, Redford enfrentou a poliomielite e, na adolescência, admitiu ter sido um “mau estudante”. Perdeu sua bolsa na Universidade do Colorado, em Boulder, depois de se entregar ao consumo excessivo de álcool. Enquanto morava em Boulder, trabalhou como faxineiro no restaurante mais antigo da cidade, The Sink — um lugar que nunca esqueceu. Tanto que, no Festival de Sundance de 2018, usou uma camisa com o logotipo do restaurante como uma homenagem silenciosa ao seu passado.

Na juventude, Redford se sentia esmagado pelas críticas, mas sempre teve uma pessoa que acreditava nele: sua mãe, Martha Hart. “A única pessoa que sempre esteve ao meu lado foi minha mãe”, disse certa vez. Infelizmente, a vida dela foi interrompida cedo. Martha morreu aos 40 anos, devido a complicações de uma rara doença no sangue. Redford, com apenas 18 anos, mais tarde confessou que seu maior arrependimento foi não ter dito “obrigado” antes de sua partida.
Essa perda deixou uma cicatriz permanente, mas três anos depois ele encontrou o amor com Lola Van Wagenen, a quem creditou por ter “salvado sua vida”. O casal se casou jovem e teve quatro filhos.
Mas a tragédia voltou a bater à porta quando o primogênito, Scott, morreu com apenas 2 meses e meio, vítima da síndrome da morte súbita infantil (SIDS). “Como pai, você tende a se culpar”, revelou Redford. “Isso cria uma cicatriz que provavelmente nunca cicatriza completamente.”
Deixou sua marca em Hollywood
Décadas mais tarde, Redford enfrentaria novamente a dor que nenhum pai deveria suportar. Seu filho James “Jamie” Redford, nascido em 1962, tornou-se cineasta e defensor ambiental, mas conviveu com sérios problemas de saúde durante toda a vida.
Após receber dois transplantes de fígado em 1993, Jamie continuou a promover a doação de órgãos e fundou uma ONG para ampliar a conscientização. Porém, em outubro de 2020, faleceu aos 58 anos, vítima de um câncer no ducto biliar. Na época, o representante de Redford declarou: “A dor é imensurável com a perda de um filho.”
Apesar de tantas tragédias, Redford nunca deixou de criar. Ele deixou sua marca em Hollywood com filmes inesquecíveis, fundou o Festival de Sundance e inspirou inúmeros cineastas independentes.
Ao refletir sobre sua longa carreira, Redford admitiu que os momentos mais difíceis sempre estiveram ligados à família. “A coisa mais difícil é quando seus filhos têm problemas. Houve tantos golpes em nossa família que ninguém conhece”, compartilhou certa vez.

O legado de Robert Redford vai muito além das telas. Ele foi um contador de histórias, um pioneiro e um pai que carregou tanto triunfos extraordinários quanto dores profundas.
Segundo o New York Post, Redford deixa a esposa, as filhas Shauna Schlosser Redford e Amy Redford, além de sete netos.
Sua resiliência diante das perdas tornou sua vida não apenas notável, mas profundamente humana. Seu legado — dentro e fora das telas — ajudou a moldar como a América se via e como suas histórias eram contadas. Descanse em paz, Robert!
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