A maioria das pessoas que comemora o 40º aniversário pode optar por um cruzeiro ou uma viagem à praia — mas, para o casal sul-africano Marius e Michelle Nortje, nada supera uma viagem à natureza selvagem.
A história de amor deles, já sólida há quatro décadas, estava prestes a dar uma guinada inesquecível no interior do Parque Nacional Kruger.
O que começou como um passeio rotineiro se transformou em um momento que o casal — e, em breve, a internet — jamais esqueceria.
“Vamos pelo menos uma vez por ano, às vezes até quatro”, disse Marius em entrevista ao The Citizen.
Mas, durante a viagem de aniversário deles em dezembro passado, algo extraordinário surgiu da mata: três girafas. E uma delas era diferente de tudo o que Marius, um fotógrafo de vida selvagem experiente, já havia visto.
“Não conseguimos encontrar [os leões] na estrada asfaltada e viramos numa estrada de terra quando vimos primeiro uma, depois duas girafas saindo da mata. Quando a terceira do grupo ficou visível, vimos estranhas protuberâncias por todo o corpo dela”, ele lembrou.
Agindo rápido, Marius capturou a girafa com a câmera e depois compartilhou as imagens no Facebook, onde rapidamente despertaram curiosidade e preocupação.
“As pessoas queriam saber se ela estava com dor”, disse ele. “No entanto, ela estava pastando tranquilamente e não parecia incomodada, embora parecesse dolorido.”
Ele também marcou os Parques Nacionais da África do Sul (SANParks) em sua postagem para conscientizar, mas, até o momento da entrevista, ainda não havia recebido uma resposta.
Uma condição rara
As fotos da girafa ganharam ainda mais destaque depois de serem compartilhadas pela WorldWide Vets, uma organização internacional de bem-estar animal. Segundo a Dra. Gemna Campling, fundadora e diretora da organização, a girafa sofre de uma condição causada por papilomavírus.
“Existem muitos tipos de papilomavírus, cada um afetando uma espécie específica. No entanto, acredita-se que a variação bovina (Papilomavírus Bovino ou BPV) afete essa girafa”, explicou a Dra. Campling.
Ela disse que o vírus é transmitido por contato direto — neste caso, provavelmente por meio de pássaros pica-boi.
“Neste caso, presume-se que os pássaros pica-boi, ao pousarem na girafa e bicarem seus parasitas naturais, espalham a doença de um animal para outro. Aqui, todo o grupo está normal, exceto esse único animal, como foi o caso quando essa doença foi observada anteriormente.”
Embora a doença possa parecer chocante, ela não é fatal.
“Muitos casos de BPV são autolimitantes e podem se curar com a recuperação completa do animal”, disse a Dra. Campling. “Não há tratamento para essa doença em girafas, e os veterinários da vida selvagem monitoram de perto a situação. Felizmente, essa versão não pode ser transmitida para humanos, embora o Papilomavírus Humano ocorra em pessoas.”
No entanto, Gemma Campling afirma: “Embora não seja uma doença que ameaça a vida, sem dúvida causa desconforto quando os caroços se tornam tão avançados como este.”
É difícil dizer exatamente quanta dor a girafa sentia, mas parte o coração pensar que ela tem que conviver com isso. Apesar dos caroços visíveis, ela estava pastando calmamente — aparentemente não afetada por sua condição. Ainda assim, as fotos tocaram muitos corações na internet, gerando uma onda de empatia, admiração e curiosidade de milhares de pessoas.
Para Marius e Michelle, foi um lembrete poderoso do motivo pelo qual continuam voltando à natureza selvagem.
Às vezes, os momentos mais inesquecíveis surgem quando você não está procurando por eles. E, às vezes, é preciso o olhar de um amante da natureza dedicado para lembrar ao mundo o quanto a vida selvagem pode ser ao mesmo tempo resiliente — e vulnerável.
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