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A morte da lenda do rock Ozzy Osbourne na última terça-feira trouxe novamente à tona um acordo feito há décadas entre o astro e sua esposa, Sharon Osbourne.
A lenda do rock Ozzy Osbourne faleceu na terça-feira, aos 76 anos.
Ozzy Osbourne, fundador da banda Black Sabbath e também conhecido por sua marcante carreira solo, foi visto pela última vez em apresentação poucas semanas atrás, durante um show de despedida em 5 de julho, em Birmingham, na Inglaterra.
Osbourne, que sofria há anos com a doença de Parkinson, apareceu sentado em uma cadeira de couro no palco durante o show. Pouco mais de duas semanas depois, o astro de 76 anos faleceu cercado pela família e por entes queridos.
“É com mais tristeza do que as palavras podem expressar que informamos que nosso querido Ozzy Osbourne faleceu nesta manhã. Ele estava com sua família e cercado de amor. Pedimos que respeitem a privacidade de nossa família neste momento”, dizia o comunicado da família.
A triste notícia foi assinada pela esposa de Ozzy, Sharon Osbourne, e seus filhos Jack, Kelly, Aimee e Louis.
A esposa de Osbourne, Sharon Osbourne, revelou em sua autobiografia de 2007, Survivor: My Story – The Next Chapter, que tinha muito medo de desenvolver demência como seu pai. Por isso, Sharon contou que, muito tempo atrás, fez um pacto com o marido Ozzy sobre a eutanásia – ou morte assistida – caso algum dos dois fosse diagnosticado com demência.
“Se essa doença for o meu destino, não quero repetir a história e passar pelo que meu pai passou”, escreveu ela. “Conversei com minha família e já temos um plano. Meus filhos me levariam para a Suíça, onde a eutanásia é legal, e onde eu poderia morrer com dignidade.”
Ela posteriormente confirmou isso ao jornal britânico The Mirror: “Ozzy e eu chegamos exatamente à mesma decisão. Acreditamos 100% na eutanásia e já elaboramos planos para irmos ao apartamento de suicídio assistido na Suíça, caso algum de nós tenha uma doença que afete o cérebro. Se Ozzy ou eu desenvolvermos Alzheimer, é isso – nós iremos.”
“Reunimos os filhos em volta da mesa da cozinha, contamos nossos desejos e todos concordaram com isso.”

“Vi meu pai sofrer desde o dia em que voltou para minha vida, em 2002, até o dia em que morreu, em julho. De jeito nenhum eu conseguiria passar pelo que ele passou, nem submeter meus filhos a isso”, continuou ela.
“Pelo menos, com algo como o câncer, você pode se comunicar, dizer como se sente e explicar por que o corpo dói.”
“Mas meu pai se deteriorou tão rapidamente que virou apenas uma casca de si mesmo – babando, usando fraldas e amarrado a uma cadeira de rodas porque não percebia que já não conseguia mais andar.”
“Alguns dizem que essa doença é hereditária, então, ao primeiro sinal, quero ser libertada do meu sofrimento.”
“Ozzy e eu pedimos aos nossos advogados que façam os devidos arranjos. Isso tirou parte do medo do fim e é um presente final de amor para os nossos filhos.”
Ozzy Osbourne revelou publicamente pela primeira vez em 2019 que tinha Parkinson, condição que limitava sua mobilidade e exigiu várias cirurgias na coluna. No entanto, após sua morte em 22 de julho, a família ainda não anunciou oficialmente a causa do falecimento.
Mesmo assim, a saúde debilitada de Ozzy já vinha sendo assunto nos noticiários desde o início do ano, reacendendo também as conversas antigas de Sharon sobre um pacto de eutanásia. No entanto, a filha do casal, Kelly, negou durante o verão que seus pais tivessem feito tal acordo.
“Parem de escrever artigos ou postagens dizendo que acham que meus pais têm um pacto de suicídio”, declarou ela. “Isso foi uma besteira que minha mãe falou só para chamar atenção uma vez. E meu pai não está morrendo. Parem”, disse ela, segundo o E! News.
Contudo, a própria Sharon Osbourne falou abertamente sobre o acordo de eutanásia com os filhos em 2023, no The Osbournes Podcast, produzido pela própria família.
— Vocês acham que vamos escolher sofrer, em vez disso? O sofrimento mental já é dor suficiente sem a física. Se você sente dor na mente e no corpo, então é adeus, disse Sharon na época.
A filha Kelly chegou a questionar a atitude da mãe naquele momento, perguntando o que ela faria se ainda houvesse chance de sobreviver mesmo diante de uma doença.
— E se você sobreviver e não conseguir mais limpar sua própria bunda, fizer xixi por todo lado, cocô, e não conseguir comer? — retrucou Sharon, engasgada com as palavras da filha.
Ozzy Osbourne também se pronunciou sobre a possibilidade de optar pela eutanásia em 2014, caso enfrentasse uma “condição de risco de vida”.
Em uma conversa de 2014 com o Daily Mirror, Ozzy falou sobre o suicídio assistido, explicando que isso incluía qualquer “condição que ameaçasse a vida”.
“Se eu não puder viver a vida do jeito que vivo hoje — e não estou falando financeiramente — então é isso… [Suíça]”, declarou ele à publicação. “Se eu não puder levantar para ir ao banheiro sozinho e tiver tubos no rabo e uma sonda na garganta, já disse para a Sharon: ‘Desliga a máquina’. Se eu tiver um derrame e ficar paralisado, não quero estar aqui. Já fiz um testamento e tudo vai para a Sharon, caso eu morra antes dela — então, no fim, tudo ficará com os filhos.”
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