Em 15 de setembro do ano passado, Anna estava com dois amigos em um carro parado em um estacionamento quando ela ficou repentinamente atordoada por um par de faróis.
Era um carro de polícia cinza com dois policiais de roupa comum, que abordaram os adolescentes.
Anna, criada no sul do Brooklyn, saía frequentemente de carro com seus amigos à noite por falta do que fazer. Ficar em casa não era uma opção.
Os policiais saíram do carro e abordaram Anna e seus amigos. Eles eram homens fortes e altos. Muito maiores do que Anna.
Eles mostraram seus distintivos policiais e começaram a fazer algumas perguntas. Eles também perceberam que havia maconha no carro, e o policial pediu que os três adolescentes saíssem do carro.
Eles colocaram algemas em Anna, mas disseram aos seus dois amigos, ambos homens, que eles estavam livres para ir embora.
Eles levaram Anna para um carro sem identificação policial com as janelas pintadas de preto.
Então o inferno começou.
Fizeram turnos a estuprando
Enquanto ela ainda estava usando algemas, os policiais se revezavam estuprando Anna.
Um dirigiu o carro enquanto o outro estuprou Anna no banco de trás, enquanto ela rezava e implorava que parassem.
Depois de um tempo eles pararam o carro, mudaram de motorista e Anna mais uma vez foi estuprada.
Posted by Anna Chambers on Friday, November 24, 2017
Algumas horas depois, eles libertaram Anna perto de onde eles tinham a abordado inicialmente. Apenas algumas centenas de metros de uma delegacia de polícia, à vista das câmeras de segurança.
Após ser libertada, Anna envolveu seu próprio corpo com os braços. Ela parecia confusa antes de andar até um estranho e pedir para usar o seu celular para ligar para um amigo.
A polícia nunca prendeu Anna, não lhe emitiu uma notificação ou fez qualquer registro sobre a detenção. Poucas horas depois do assalto, Anna foi ao hospital com a mãe e disse-lhe o que aconteceu.
Um exame mostrou que havia sêmen de Eddie Martins, 37, e Richard Hall, 33, em Anna.
Ambos trabalhavam na unidade de narcóticos de Brooklyn South.
Are u serious
Posted by Anna Chambers on Saturday, September 30, 2017
Depois que o incidente foi descoberto, ambos os policiais apresentaram sua demissão e foram também acusados de estupro. Um caso simples, Anna pensou. Foi provado que dois policiais tinham feito sexo com uma jovem garota enquanto ela estava sob a custódia deles.
Mas então ela recebeu uma mensagem no Facebook que mudaria tudo.
Um amigo perguntou se ela tinha alguma evidência de que o ato sexual tinha ocorrido contra a vontade dela.
Anna não entendeu, e respondeu:
“Escuta, cara, f*da-se que eles eram policiais de serviço, é uma m*rda de um estupro, essas são as pessoas a quem chamamos quando pedimos ajuda, não para nos f*derem.”
Mas Anna não estava ciente de uma coisa. Fazer sexo com uma pessoa sob custódia policial não é ilegal em todos os estados. E, infelizmente, Nova Iorque – onde Anna foi estuprada – é um dos 25 estados onde isso ainda é permitido.
Os policiais podiam simplesmente alegar que o ato sexual foi consensual.
Em alguns estados, essa brecha na lei, que já se aplica aos oficiais da prisão e aos oficiais de liberdade condicional, foi removida. Mas por alguns estados não estarem dispostos enfrentar a reação das grandes corporações policiais, não querem aprovar leis que acusam policiais de cometerem erros.
Dos 158 policiais que foram acusados de agressão sexual desde 2006, pelo menos 26 foram absolvidos depois de alegarem que o encontro foi consensual, de acordo com o banco de dados da Buffalo News.
Jesus
Posted by Anna Chambers on Saturday, September 30, 2017
Depois que o caso de Anna atraiu atenções, um membro do conselho da cidade de Nova York, Mark Treyger, disse que a sua história o inspirou a levar o assunto adiante. “Nossas leis em relação ao consentimento sexual devem ser alinhadas com o senso comum básico, a empatia e a decência humana”, escreveu ele em uma publicação no Medium.com.
Anna nunca imaginou que a sua história iria ser o ponto de partida para uma mudança na lei.
O sobrenome de Anna não foi publicado por causa da natureza delicada do caso. Nos documentos oficiais, ela é referida como Anna Doe [Anna Ninguém], mas, no Facebook, Twitter e Instagram ela usa o codinome Anna Chambers.
Anna está esperançosa para o futuro e acredita que mais policiais podem ser condenados por crimes similares no futuro.
“Tudo o que eu tinha era uma voz”, diz ela ao Buzzfeed News.
You guys are amazing thank you so much for the support. I am speechless.
Posted by Anna Chambers on Tuesday, October 17, 2017
O que Anna sofreu nunca deveria acontecer a ninguém.
Mas fico feliz que Anna tenha usado sua tragédia para chamar a atenção para o problema e promover uma mudança.
Compartilhe para louvar a bravura dessa forte e jovem mulher!