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Em uma rara refutação pública, o ex-presidente Barack Obama respondeu à acusação explosiva do presidente Donald Trump de que ele teria cometido traição.
Trump, de 79 anos, tem um longo histórico de atacar adversários e antecessores políticos, muitas vezes sem apresentar provas. Durante anos, Obama, agora com 63, ignorou em grande parte essas investidas. Mas a alegação mais recente de Trump — de que Obama teria tentado “roubar” a eleição de 2016 — levou a uma resposta firme do gabinete do ex-presidente.
Falando do Salão Oval em 22 de julho, Trump declarou a repórteres, segundo o The Guardian: “Está lá, ele é culpado. Isso foi traição. Eles tentaram roubar a eleição, tentaram ofuscar a eleição. Fizeram coisas que ninguém jamais imaginou, nem em outros países.”
Trump fazia referência a alegações de que o governo Obama teria manipulado informações de inteligência para sugerir interferência russa na eleição de 2016 — acusações feitas sem provas. A administração Obama, de fato, afirmou que a Rússia tentou interferir na eleição, mas esclareceu que a ação não alterou o resultado final.
As declarações de Trump vieram após falas da diretora de Inteligência Nacional, Tulsi Gabbard, que acusou Obama e seus assessores de estarem envolvidos em uma “conspiração traiçoeira” durante a investigação sobre a Rússia em 2016. Gabbard também ameaçou encaminhar vários ex-funcionários da era Obama ao Departamento de Justiça para possível processo judicial.

A Rússia, por sua vez, continua negando qualquer interferência na eleição.
Agora, o porta-voz de Obama, Patrick Rodenbush, quebrou o silêncio, classificando as alegações como “bizarras” e “ridículas”.
“Por respeito ao cargo de presidente, nosso escritório normalmente não dá atenção às constantes bobagens e desinformações que saem desta Casa Branca”, disse Rodenbush, segundo o The Independent. “Mas essas alegações são absurdas o suficiente para merecerem uma resposta.”
Ele acrescentou: “Essas alegações bizarras são ridículas e uma tentativa fraca de distração.”
Rodenbush também citou o relatório bipartidário do Comitê de Inteligência do Senado, publicado em 2020, que concluiu que a Rússia tentou ativamente influenciar a eleição de 2016 em favor de Donald Trump, especialmente por meio do operador republicano Paul Manafort e da plataforma WikiLeaks.
“Nada no documento divulgado na semana passada contradiz a conclusão amplamente aceita de que a Rússia tentou interferir na eleição presidencial de 2016, mas não conseguiu manipular votos com sucesso”, afirmou Rodenbush.
O foco renovado na interferência da eleição de 2016 ocorre em meio a outras tensões entre a base de Donald Trump, especialmente após os desdobramentos do caso Epstein. No início deste mês, a procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, anunciou que nenhum outro arquivo de Epstein seria divulgado e afirmou que não havia uma “lista de clientes” — declaração que contradiz falas anteriores da própria Bondi.
A reação negativa abalou alguns apoiadores do movimento MAGA, e o caso Epstein se tornou um dos temas centrais no recente Student Action Summit da organização Turning Point USA.
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