A vida tem altos e baixos — e sua vida sexual também. Às vezes, semanas ou até meses podem passar sem intimidade.
Mas o que muitos não percebem é que ficar muito tempo sem sexo não é apenas frustrante — pode, na verdade, ser prejudicial à saúde.
Por que isso importa
Novas pesquisas do NapLab revelam que o americano médio faz sexo apenas uma vez por semana. E, segundo um especialista, não se envolver intimamente com frequência suficiente pode ter um impacto sério na sua vida.
Pode parecer exagero se importar com o que acontece no quarto, mas há mais nisso do que você imagina. Na verdade, abster-se de sexo não é apenas fisicamente prejudicial — também pode afetar gravemente seu bem-estar mental.
Estudos mostram que pessoas que vivem em celibato têm maior risco de sofrer com depressão, ansiedade e mudanças de humor, segundo especialistas.
Pesquisadores escoceses descobriram que indivíduos que se abstêm de sexo têm mais dificuldade em lidar com situações estressantes, como falar em público, em comparação com aqueles que tiveram relações sexuais pelo menos uma vez nas duas últimas semanas.

O especialista em saúde sexual e psiquiatra Dr. Sham Singh explica: “Reprimir impulsos sexuais sem alternativas para aliviar o estresse pode gerar frustração e agravar a ansiedade ou a irritabilidade.”
Ter menos sexo pode significar menos exposição a germes, mas também significa perder os benefícios que fortalecem o sistema imunológico.
Pesquisadores da Wilkes-Barre University, na Pensilvânia, descobriram que pessoas que faziam sexo uma ou duas vezes por semana tinham 30% mais anticorpos que ajudam o corpo a se defender de vírus, em comparação com aquelas que faziam sexo raramente ou não faziam.
Longos períodos sem sexo
A relação entre bem-estar e hábitos sexuais ficou ainda mais evidente durante a pandemia de COVID-19, quando pesquisadores realizaram um estudo sobre o tema.
De acordo com um estudo de 2021 que analisou a vida sexual de 4 mil pessoas, aquelas que tiveram mais relações sexuais durante a pandemia relataram níveis mais baixos de ansiedade em comparação com quem se manteve totalmente abstinente.
Isso pode estar ligado às endorfinas — substâncias químicas cerebrais que ajudam a reduzir a dor e o estresse. Durante o sexo, os níveis de endorfina podem aumentar em até 200%.
No entanto, passar longos períodos sem sexo também pode causar consequências físicas.
O Dr. Singh explica: “Tanto em homens quanto em mulheres, a ausência da liberação sexual pode resultar em níveis elevados de inquietação ou tensão, que podem se manifestar fisicamente como rigidez muscular, dificuldade de concentração ou hipersensibilidade ao toque.”
Ele acrescenta que a abstinência prolongada pode afetar a energia, o apetite e o sono devido a alterações hormonais nos níveis de testosterona, estrogênio e cortisol (hormônio do estresse).
“Algumas pessoas podem se sentir mais cansadas, já que o sexo é uma boa forma de relaxar e dormir melhor, por exemplo, por meio da liberação de ocitocina”, observou.
Os americanos estão perdendo o interesse por sexo
Uma vida sexual menos ativa não afeta apenas gerações mais velhas — ela também se tornou comum entre os jovens, especialmente millennials e Geração Z.
Um estudo do governo revelou que os americanos estão perdendo o interesse em sexo, com um grupo etário surpreendente liderando a tendência. De acordo com a mais recente National Survey of Family Growth, as taxas de abstinência sexual estão aumentando entre adultos de 22 a 34 anos. O estudo mostra que 10% dos homens jovens e 7% das mulheres dessa faixa etária ainda são virgens.
“Em resumo, entre homens jovens, a ausência de sexo praticamente dobrou nos últimos 10 anos. Entre as mulheres, aumentou cerca de 50%”, segundo o Institute of Family Studies (IFS), que publicou uma análise sobre a pesquisa.
Um estudo anterior do Pew Research Center revelou que um número recorde de 25% dos americanos com menos de 40 anos nunca se casou, e muitos desse grupo também relataram viver sozinhos.
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