Charla Nash (crédito: 60 Minutes Australia) e imagem de chimpanzé (crédito: Shutterstock)
A história de Charla Nash se espalhou pelo mundo em 2019, servindo como um alerta claro e direto para todos que cogitam ter animais selvagens como bichos de estimação.
As leis sobre quais animais uma pessoa pode manter em casa variam conforme o local onde ela vive. O que é aceitável em alguns países pode parecer totalmente absurdo em outros. Além disso, surgem várias questões morais e éticas, sem contar os riscos à segurança do próprio dono ao acolher um animal potencialmente perigoso.
Com o passar dos anos, vimos todo tipo de história envolvendo animais de estimação como aranhas, cobras, aves exóticas, tigres (sim, tigres) e, claro, praticamente todas as raças de cachorro possíveis. Mas poucas histórias servem de alerta tão poderoso quanto os acontecimentos envolvendo Charla Nash, sua amiga Sandra Herold e o chimpanzé de estimação de Sandra, chamado Travis.
Segundo relatos, Travis era uma espécie de celebridade local na região da casa de Sandra, em Connecticut. No entanto, seu comportamento foi se tornando cada vez mais instável com o tempo, à medida que ele tentava se adaptar a um estilo de vida completamente antinatural para um chimpanzé.
Chimpanzés — como praticamente qualquer animal — podem agir de forma agressiva se estiverem se sentindo ameaçados, com ciúmes, doentes, assustados ou simplesmente desorientados. Esses surtos podem acontecer de forma repentina e sem aviso prévio, com consequências devastadoras.
Charla Nash, amiga de Sandra, costumava visitar a casa e passava tempo com Travis, que aparentava estar tranquilo e à vontade em sua presença.
Até o dia 16 de fevereiro de 2009, quando Nash — que havia mudado recentemente o penteado — foi à casa de Sandra para ajudá-la a levar o chimpanzé de volta ao seu recinto.
Aparentemente, o chimpanzé havia roubado as chaves do carro da dona e saído de casa. Quando Charla Nash chegou, tentou atraí-lo de volta usando um de seus brinquedos favoritos.
No entanto, ao reconhecer o boneco, Travis teve um surto de fúria e partiu para o ataque. De acordo com as investigações, a teoria mais aceita é que o chimpanzé pode ter ficado confuso ou agitado com o novo penteado de Nash.
O que aconteceu a seguir foi um verdadeiro pesadelo.
Sandra Herold ligou para o serviço de emergência 911 durante o ataque, e os gritos de Travis podiam ser ouvidos ao fundo enquanto ele atacava brutalmente Nash. Encurralada contra um carro, ela sofreu ferimentos gravíssimos no rosto: ossos quebrados, pálpebras rasgadas, nariz, mandíbula e lábios destruídos, além da remoção de grande parte do couro cabeludo.
Travis também a deixou cega e decepou uma das mãos.
As tentativas desesperadas de Sandra Herold para conter o chimpanzé incluíram golpeá-lo com uma pá e esfaqueá-lo nas costas com uma faca grande. Mesmo assim, Travis continuou implacável e começou a devorar o rosto e os olhos de Charla Nash.
A polícia chegou à cena minutos depois, e Travis também avançou contra os agentes, coberto de sangue. O policial Frank Chiafari respondeu atirando várias vezes no animal, forçando-o a recuar para sua jaula, onde acabou morrendo em decorrência dos ferimentos.
Apesar de ter sido gravemente desfigurada, Nash milagrosamente ainda estava viva. Após horas na mesa de cirurgia, os médicos conseguiram reconectar sua mandíbula antes de ela ser transferida para Ohio, onde passou por um transplante de face experimental.
Mais tarde, ao relembrar o terrível incidente, Charla Nash descreveu o que conseguiu ouvir enquanto o ataque brutal acontecia.
“O que eu mais ouvi foi ele gritando. Gritava, gritava e gritava”, contou Nash em entrevista ao 60 Minutes Australia.
Um exame toxicológico feito posteriormente em Travis revelou que o animal havia recebido Xanax no dia do ataque. Sandra suspeitava que isso possa ter contribuído para a agressividade do chimpanzé.
E você? O que acha da ideia de manter animais selvagens, como chimpanzés, como bichos de estimação? Conte pra gente nos comentários.
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