
Enquanto milhões ao redor do mundo lamentam a morte do Papa Francisco, uma nova voz poderosa surgiu no silêncio — a de seu médico pessoal.
O homem que esteve ao lado do Papa em suas últimas horas agora revela o que realmente aconteceu nesses momentos sagrados finais.
Uma cena que ele nunca esquecerá
O homem que acompanhou o Papa Francisco em sua hora final falou — e o que ele descreve é tão comovente quanto definitivo.
Dr. Sergio Alfieri, médico pessoal do Papa e chefe da equipe que o tratou durante sua última internação por pneumonia dupla, confirmou o que muitos temiam: o fim veio de forma rápida e sem aviso.
Em entrevista ao Corriere della Sera, Alfieri relembrou ter sido chamado com urgência ao Vaticano às 5h30 da manhã da segunda-feira de Páscoa. Ele chegou 20 minutos depois a uma cena que diz jamais esquecer.
“Entrei nos aposentos e ele [Francisco] estava com os olhos abertos”, disse Alfieri.
A princípio, não havia sinais óbvios de sofrimento.

“Constatei que não havia problemas respiratórios. Então tentei chamá-lo pelo nome, mas ele não respondeu,” disse Alfieri.
A situação rapidamente se tornou grave.
“Ele não respondia a estímulos, nem mesmo aos dolorosos. Naquele momento, eu sabia que não havia mais nada a fazer. Ele estava em coma.”
O Dr. Alfieri acredita que a causa da morte foi um AVC súbito e severo — tão devastador que não permitiu qualquer possibilidade de intervenção.
“Um daqueles derrames que, em uma hora, levam a pessoa embora.”
Queriam levar o Papa de volta ao hospital
Agora em câmara ardente na Basílica de São Pedro, o Papa Francisco é velado por milhares de fiéis que passam por seu caixão aberto antes do funeral no sábado. Mas, por trás da solenidade, seu médico pessoal esclarece por que nada mais pôde ser feito para salvá-lo.
Em entrevista ao jornal italiano La Repubblica, o Dr. Sergio Alfieri revelou que alguns membros do Vaticano inicialmente cogitaram levar o Papa de volta ao hospital — mas essa opção foi rapidamente descartada.
“Ele teria morrido no caminho,” afirmou Alfieri de forma direta.
Mesmo que tivessem conseguido levá-lo ao hospital a tempo para mais exames, o desfecho teria sido o mesmo.
Ativo até o fim
“Fazendo uma tomografia teríamos um diagnóstico mais exato, mas nada além disso. Foi um daqueles derrames que, em uma hora, levam a pessoa embora,” explicou.
Embora os médicos tenham aconselhado que ele descansasse após mais de um mês no hospital, o Papa Francisco, aos 88 anos, manteve-se notavelmente ativo até o fim. Apenas alguns dias antes de sua morte, ele ainda realizou uma reunião privada com o senador americano JD Vance — levando muitos a questionar se o Papa realmente seguiu as recomendações médicas.
Ainda assim, segundo seu médico pessoal, Dr. Sergio Alfieri, Francisco ouviu — ao menos em parte. Em entrevista ao Corriere della Sera, Alfieri afirmou que, embora o Papa tenha voltado a cumprir algumas tarefas, ele foi cuidadoso para não se esforçar demais.
“Voltar ao trabalho fazia parte do tratamento e ele nunca se expôs a nenhum perigo,” explicou Alfieri.
Um arrependimento que ficou
A última vez que Alfieri viu o Papa foi no sábado, apenas dois dias antes de sua morte. Ele levou ao Papa uma torta de um de seus sabores favoritos. Francisco, segundo ele, parecia animado.
“Estou muito bem, voltei a trabalhar e estou gostando,” disse o Papa.
“Sabíamos que ele queria permanecer em casa sendo Papa até o último momento,” comentou Alfieri. “Ele não nos decepcionou.”

Mas por trás do sorriso acolhedor e da rotina familiar havia uma última e silenciosa tristeza.
Em entrevista ao La Repubblica, Alfieri revelou que o Papa Francisco tinha um arrependimento que permaneceu: não ter conseguido lavar os pés dos prisioneiros durante uma visita agendada a uma prisão de Roma no dia 17 de abril — uma tradição da Semana Santa que ele prezava profundamente.
“Ele se arrependeu de não ter podido lavar os pés dos prisioneiros,” contou Alfieri.
“‘Desta vez eu não consegui fazer’ — foi a última coisa que ele me disse.”
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