Se você já acordou sem conseguir se mover ou falar — mesmo com a mente totalmente desperta —, provavelmente já passou por algo chamado paralisia do sono.
Ela é muito mais comum do que a maioria das pessoas imagina, mas como a experiência parece surreal e muitas vezes aterrorizante, muita gente hesita em falar sobre isso.
30% das pessoas vão vivenciar isso
A maioria das pessoas nunca ouviu falar de um distúrbio do sono chamado paralisia do sono. Mas é algo que muitos de nós vamos experimentar pelo menos uma vez na vida — lembremos disso ou não.
A paralisia do sono é uma condição médica que ocorre nos momentos imediatamente antes de você adormecer ou ao acordar. Durante um episódio, a pessoa fica incapaz de se mover ou falar, mesmo estando mentalmente acordada.
Também é comum ter alucinações ou sensações de sair do corpo, o que torna a situação especialmente assustadora.
De acordo com a Cleveland Clinic, a paralisia do sono ocorre “quando o corpo está entre os estágios de sono e vigília”. Os episódios costumam durar de alguns segundos a alguns minutos e são classificados como um tipo de parassonia. Embora a experiência possa ser assustadora, a paralisia do sono é completamente inofensiva.

Pesquisadores estimam que cerca de 30% das pessoas vão vivenciar a paralisia do sono pelo menos uma vez na vida.
Ela pode acontecer no momento em que você está adormecendo ou logo ao acordar. Os sintomas mais comuns incluem incapacidade de se mover ou falar, pressão no peito, sensação de estar fora do próprio corpo, alucinações vívidas e medo ou pânico intensos. Alguns episódios duram apenas instantes, enquanto outros podem se estender por até 20 minutos.
Então, o que causa isso?
Durante o sono REM — a fase em que a maioria dos sonhos acontece — o cérebro desliga temporariamente os músculos. Isso impede que você execute fisicamente o que está sonhando. A paralisia do sono ocorre quando a mente desperta antes do corpo, deixando a pessoa consciente, mas incapaz de se mover.
Esse desencontro costuma ser provocado por:
- Estresse elevado
- Sono ruim ou irregular
- Ansiedade
- Exaustão
- Rotinas de sono desreguladas
Diversos estudos mostram que pessoas exaustas, estressadas ou lidando com privação de sono têm maior probabilidade de vivenciar a paralisia do sono, segundo a especialista em sono e psicóloga de TCC Charlott Ulfsparre.
Apesar do medo que provoca, a paralisia do sono não é perigosa e não é considerada uma doença. Trata-se de um fenômeno natural que os seres humanos tentam compreender há séculos. Textos médicos persas antigos já a descreviam no ano 900, e um dos primeiros registros documentados foi feito por um médico holandês em 1664.

Muitas culturas desenvolveram suas próprias explicações — no Japão fala-se em estar “preso por aço”, no folclore chinês é chamado de “pressão de fantasma”, e em partes da África é descrito como “um demônio montado nas suas costas”.
Algumas pessoas também vivenciam alucinações intensas. Muitos relatam a sensação de uma presença no quarto, alguém sentado sobre o peito ou até um sentimento esmagador de desgraça iminente. A artista sueca Jonna Jinton escreveu sobre sua primeira experiência aos 16 anos, descrevendo uma vibração estranha e a sensação de estar sendo puxada para algo. A cantora Zara Larsson também já falou abertamente sobre seus próprios episódios assustadores.
Como prevenir a paralisia do sono
- Mantenha uma rotina regular de sono
- Reduza o estresse
- Evite telas antes de dormir
- Crie um ambiente de sono tranquilo
Se um episódio acontecer, tente focar em respirações lentas e tente mover apenas um dedo da mão ou do pé. Quando um pequeno movimento retorna, o resto do corpo geralmente acompanha.
Compartilhar informações sobre a paralisia do sono pode ajudar mais pessoas a entender o que está acontecendo com elas — e tranquilizá-las de que essa experiência perturbadora é temporária, explicável e não perigosa.
Se você conhece alguém que possa se beneficiar disso, compartilhe.
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